Este trabalho tem como objetivo compreender influências da religiosidade diante da morte,
entrevistando praticantes do Catolicismo, do Candomblé e da etnia indígena Guarani-Mbyá,
para montar uma compreensão da temática, utilizando o referencial teórico da Psicologia
Analítica de Carl Gustav Jung, em conjunto com outras áreas do conhecimento humano,
como: tanatologia, história, sociologia, antropologia, biologia, teologia, bem como o
conhecimento do respectivo praticante. Para compor a pesquisa, foram entrevistados cinco
praticantes/adeptos do Candomblé (Ilê Omiojuarô – Nova Iguaçu, RJ), do Catolicismo
(Matriz de São Sebastião, Barra Mansa, RJ) e da religião Guarani-Mbyá (Aldeia Sapukai,
Angra dos Reis, RJ), perfazendo o total de quinze participantes. A partir do saber colhido na
pesquisa de campo, com a aplicação de uma entrevista semiestruturada e utilizando os
recursos do processamento simbólico-arquetípico, observou-se que a influência da
religiosidade diante da morte se manifesta de muitas formas, de acordo com cada grupo
religioso. Assim, a noção da continuidade da vida, o valor da ancestralidade, a esperança de ir
para um lugar melhor, a manutenção da saúde e da identidade, entre outros aspectos, foram
influências compreendidas no trabalho. Por ser uma pesquisa que priorizou o contexto e a
compreensão de símbolos na coletividade, o trabalho apresenta narrativas sobre as crenças
relacionadas à morte na interação e influência indivíduo-grupo, resultando na percepção da
vivência da morte dentro dos mitos e ritos de cada religião pesquisada. Desse modo, foram
destacadas as influências da religiosidade diante da morte em cada contexto coletivo
pesquisado, evidenciando suas particularidades, enquanto prática religiosa, e o potencial
arquetípico da morte, enquanto transmutação, transformação e renovação através da
continuidade da vida, para além da dimensão física.